Pluviometria no Ceará
Funceme atualiza prognóstico amanhã
Iguatu A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) registrou, ontem, precipitações em 118 municípios. Foram chuvas localizadas, e observadas em todas as regiões do Ceará. Os seis maiores registros de pluviometria prevaleceram na região Sul, no Cariri cearense, e na Zona Norte. Amanhã, a Funceme vai divulgar a última atualização de prognóstico da quadra chuvosa para os meses de abril, maio e junho.
O encontro começou hoje, em Recife (PE), no auditório da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac). O evento reúne pesquisadores das instituições meteorológicas do Nordeste, além de representantes do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/Inpe) e de centros de estudos e análises climáticas.
De acordo com a meteorologista da Funceme, Cláudia Rickes, as chuvas verificadas no Ceará, nas últimas 48 horas, foram decorrentes de formação de um Vórtice Ciclônico de Altos Níveis, embora fenômeno característico da pré-estação chuvosa (dezembro e janeiro) vem ocorrendo em fevereiro e março. Esse sistema de formação de nuvens em círculo tende a perder força a partir de amanhã. "Teremos chuvas isoladas até amanhã". A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), formação de nuvens e linhas e principal sistema causados de chuvas no Ceará, permanece afastada e está sobre a Linha do Equador. "As chuvas estão ocorrendo sobre o Oceano Atlântico", explicou Cláudia Rickes. "O modelo meteorológico atual é desfavorável à ocorrência de precipitações no Estado". A temperatura superficial das águas do Oceano Atlântico Sul está neutra e do Atlântico Norte, permanece mais aquecida. Esse quadro, denominado dipolo positivo, é, portanto, desfavorável à ocorrência de chuvas no sertão do Ceará. "Se fosse o inverso, seria favorável, mas infelizmente esse modelo permanece", esclareceu Cláudia Rickes. No Oceano Pacífico, a temperatura superficial das águas permanece neutra, não se caracterizando a formação de efeitos La Niña ou El Niño. É outro fator meteo-rológico desfavorável para precipitações no semiárido cearense. Diante desse quadro, os prognósticos são de chuva abaixo da média neste ano para o sertão nordestino.
A Funceme registrou, ontem, chuva em 118 municípios. Embora tenha ocorrido em todas as regiões do Estado, são consideradas localizadas, pois em um mesmo município há áreas em que não houve precipitações. Enquanto os técnicos e cientistas avaliam dados meteorológicos e definem probabilidades de precipitações, abaixo da média histórica, o agricultor, com a fé de um sertanejo que não costuma perder a esperança com facilidade, acredita que a chuva verificada no Dia de São José foi uma bênção e um bom sinal. "A situação está difícil, mas temos de acreditar que teremos um bom inverno", disse o produtor rural, Raimundo Rodrigues. A chuva ainda não foi suficiente para a formação de pastagem natural. No Ceará, a dificuldade dos criadores para a alimentação do rebanho é enorme. Há perda de animais, que morrem de fome nas roças. "Se chover um pouco mais, a situação será aliviada", disse o agrônomo, José Teixeira Neto. "Nesses últimos dois dias, a esperança do sertanejo renasceu e esperamos que não ocorra veranico".
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins, 11 cidades correm o risco de colapso no abastecimento de água. A situação mais crítica, entretanto, é na zona rural, onde as famílias enfrentam enormes dificuldades, pois os poços secaram e os níveis dos pequenos e médios açudes foram reduzidos. A dependência dos caminhões-pipa cresce a toda semana no Interior.
O Ceará enfrenta uma das piores secas dos últimos 50 anos. Em 2012, as chuvas ficaram em torno de 40% da média e neste ano, 2013, estão na metade dos índices verificados no ano passado. Há risco de comprometimento das reservas hídricas, caso não ocorra recarga dos principais reservatórios.
Mais informações
Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme)
Fortaleza
Telefone: (85) 3101. 1117
www.funceme.org.br
Honório Barbosa
Repórter
O encontro começou hoje, em Recife (PE), no auditório da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac). O evento reúne pesquisadores das instituições meteorológicas do Nordeste, além de representantes do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/Inpe) e de centros de estudos e análises climáticas.
De acordo com a meteorologista da Funceme, Cláudia Rickes, as chuvas verificadas no Ceará, nas últimas 48 horas, foram decorrentes de formação de um Vórtice Ciclônico de Altos Níveis, embora fenômeno característico da pré-estação chuvosa (dezembro e janeiro) vem ocorrendo em fevereiro e março. Esse sistema de formação de nuvens em círculo tende a perder força a partir de amanhã. "Teremos chuvas isoladas até amanhã". A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), formação de nuvens e linhas e principal sistema causados de chuvas no Ceará, permanece afastada e está sobre a Linha do Equador. "As chuvas estão ocorrendo sobre o Oceano Atlântico", explicou Cláudia Rickes. "O modelo meteorológico atual é desfavorável à ocorrência de precipitações no Estado". A temperatura superficial das águas do Oceano Atlântico Sul está neutra e do Atlântico Norte, permanece mais aquecida. Esse quadro, denominado dipolo positivo, é, portanto, desfavorável à ocorrência de chuvas no sertão do Ceará. "Se fosse o inverso, seria favorável, mas infelizmente esse modelo permanece", esclareceu Cláudia Rickes. No Oceano Pacífico, a temperatura superficial das águas permanece neutra, não se caracterizando a formação de efeitos La Niña ou El Niño. É outro fator meteo-rológico desfavorável para precipitações no semiárido cearense. Diante desse quadro, os prognósticos são de chuva abaixo da média neste ano para o sertão nordestino.
A Funceme registrou, ontem, chuva em 118 municípios. Embora tenha ocorrido em todas as regiões do Estado, são consideradas localizadas, pois em um mesmo município há áreas em que não houve precipitações. Enquanto os técnicos e cientistas avaliam dados meteorológicos e definem probabilidades de precipitações, abaixo da média histórica, o agricultor, com a fé de um sertanejo que não costuma perder a esperança com facilidade, acredita que a chuva verificada no Dia de São José foi uma bênção e um bom sinal. "A situação está difícil, mas temos de acreditar que teremos um bom inverno", disse o produtor rural, Raimundo Rodrigues. A chuva ainda não foi suficiente para a formação de pastagem natural. No Ceará, a dificuldade dos criadores para a alimentação do rebanho é enorme. Há perda de animais, que morrem de fome nas roças. "Se chover um pouco mais, a situação será aliviada", disse o agrônomo, José Teixeira Neto. "Nesses últimos dois dias, a esperança do sertanejo renasceu e esperamos que não ocorra veranico".
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins, 11 cidades correm o risco de colapso no abastecimento de água. A situação mais crítica, entretanto, é na zona rural, onde as famílias enfrentam enormes dificuldades, pois os poços secaram e os níveis dos pequenos e médios açudes foram reduzidos. A dependência dos caminhões-pipa cresce a toda semana no Interior.
O Ceará enfrenta uma das piores secas dos últimos 50 anos. Em 2012, as chuvas ficaram em torno de 40% da média e neste ano, 2013, estão na metade dos índices verificados no ano passado. Há risco de comprometimento das reservas hídricas, caso não ocorra recarga dos principais reservatórios.
Mais informações
Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme)
Fortaleza
Telefone: (85) 3101. 1117
www.funceme.org.br
Honório Barbosa
Repórter
Fonte: Diário do Nordeste
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