Prefeitos do CE voltam a cobrar ações efetivas contra a seca
A Aprece realizou ontem dia de mobilização para cobrar os recursos anunciados pelo PAC da Seca, anunciado por Dilma RousseffDante de um cenário em que 14 municípios estão em situação de colapso e outros 21, ameaçados de entrar em colapso, a Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece) realizou ontem um dia de mobilização para protestar por ações emergenciais e estruturantes de combate à seca. Prefeitos se reuniram na entidade com o objetivo de cobrar a liberação de recursos anunciados pelo Governo Federal no último dia 2 de abril, quando a presidente Dilma Rousseff (PT) lançou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) especial para a seca.
O assessor técnico de desenvolvimento rural da Aprece, Nicolas Fabre, criticou que foi prometido pelo Governo Federal, por exemplo, o aumento de 30% da frota de carro-pipa, mas até hoje não se sabe quando nem como vão chegar. “Uma coisa é anunciar aumento de recurso. Outra é saber quem vai entregar e quando”, pressionou Nicolas Fabre, citando que o pacote previa também entrega de equipamentos, como retroescavadeiras e pás niveladoras.
“A seca do Nordeste não é surpresa. A gente não pode viver de esmola, de programas emergenciais todo ano. Tem que se pensar também na prevenção, com projetos estruturantes”, afirmou. Por isso, para elevar o tom de cobrança, a Aprece orientou que todos os prefeitos fechassem as portas ontem, mantendo apenas serviços essenciais. “Pedimos também que usassem fita preta no braço, simbolizando a luta, o luto pelos animais, pela morte da terra”, afirmou a presidente da Aprece, Adriana Pinheiro, prefeita de Fortim, no litoral leste.
Crateús é um dos municípios em situação de colapso e enfrenta das situações mais graves. De acordo com o prefeito, Carlos Felipe (PCdoB), a água da sede do Município deve durar dois meses. “O carro-pipa já é um atraso. O que poderia resolver? interligação de bacias. esse é um sonho antigo”, disse. Ele foi um dos prefeitos que optou por não paralisar, para não prejudicar a população. “Se o Município parar é um castigo”, disse. A Aprece não divulgou levantamento de quantos Municípios fecharam as portas. O POVO tentou contato com o Ministério do Desenvolvimento Agrário na noite de ontem, mas os números não foram atendidos.
Como
ENTENDA A NOTÍCIA
Para reforçar a cobrança sobre o Governo Federal, a Aprece tem mobilizado o próprio Estado e a bancada federal. A entidade destaca que as dificuldades já estão causando sede em algumas cidades.
SERVIÇO
Associação dos Municípios do Ceará (Aprece)
Onde: Avenida Oliveira Paiva, 2621 - Seis Bocas
Outras informações: (85) 4006 4000
Saiba mais
Segundo a Aprece, além dos Municípios em situação de colapso e da espera pelo reforço na frota de carro pipa, outro problema é a qualidade da água que vem sendo utilizada para abastecer os Municípios. A água , segundo a Aprece, é oriunda de açudes e não tem passado pelo tratamento adequado para o consumo.
O deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB), que participou ontem do encontro com prefeitos, afirmou que a cobrança da Aprece ao Governo Federal não traz pleito novo. “A cobrança dos prefeitos é sobre aquilo que foi anunciado”, disse, pontuando que o problema não é falta de recursos.
Ele defendeu a descentralização da aplicação dos recursos, que já foram aprovados, para os Estados e Municípios. “A burocracia dificulta o fortalecimento do pacto federativo”, reclamou.
FONTE: O POVO
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