segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Entre 110 países - Político brasileiro é o 2º mais caro

Entre outros benefícios, deputados brasileiros recebem uma verba de R$ 78 mil para contratar até 25 assessores
Brasília. O congressista brasileiro é o segundo mais caro em um universo de 110 países, mostram dados de um estudo realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em parceria com a União Interparlamentar (UIP).

Cada um dos 594 parlamentares do Brasil - 513 deputados e 81 senadores - custa para os cofres públicos US$ 7,4 milhões por ano.

Para permitir comparações, o estudo usa dados em dólares, ajustados pela paridade do poder de compra - um sistema adotado pelo Banco Mundial para corrigir discrepâncias no custo de vida em diferentes países.

O custo brasileiro supera o de 108 países e só é menor que o dos congressistas dos Estados Unidos, cujo valor é de US$ 9,6 milhões anuais.

Com os dados extraídos do estudo da ONU e da UIP, o orçamento anual dos congressos foi dividido pelo número de representantes - no caso de países bicamerais, como o Brasil e os EUA, os dados das duas Casas foram somados. O resultado não corresponde, portanto, apenas aos salários e benefícios recebidos pelos parlamentares.

Mas as verbas a que cada congressista tem direito equivalem a boa parte do total. No Brasil, por exemplo, salários, auxílios e recursos para o exercício do mandato de um deputado representam 22% do orçamento da Câmara dos deputados.

Entre outros benefícios, deputados brasileiros recebem uma verba de R$ 78 mil para contratar até 25 assessores. Na França - que aparece em 17º lugar no ranking dos congressistas mais caros - os deputados têm R$ 25 mil para pagar salários de no máximo cinco auxiliares.

Assessores da presidência da Câmara ponderam que a Constituição brasileira é recente, o que exige uma produção maior dos congressistas e faz com que eles se reúnam mais vezes - na Bélgica, por exemplo, os deputados só têm 13 sessões por ano no plenário. No Brasil, a Câmara tem três sessões deliberativas por semana. No total, as despesas do Congresso para 2013 representam 0,46% de todos os gastos previstos pela União.

O percentual é próximo à média mundial, de 0,49%. Em outra comparação, que leva em conta a divisão do orçamento do Congresso por habitante, o Brasil é o 21º no ranking, com um custo de cerca de US$ 22 por brasileiro.

O líder nesse quesito é Andorra, cujo parlamento custa US$ 219 por habitante. O estudo foi publicado em 2012, com dados de 2011. O Brasil não consta no documento final porque o Senado atrasou o envio dos dados, que foram padronizados nos modelos do relatório e repassados pela UIP. Ao todo, a organização recebeu informações de 110 dos 190 países que têm congresso. Alguns estados com parlamentos numerosos, como a Itália, não enviaram dados.


FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE

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